Israelitas (Judeus) x Ismaelitas (Palestinos), uma rixa antiga
Se folhearmos a Bíblia, lá encontramos, no livro do Gênesis, a partir do capítulo 12, a história de Abraão, por volta do ano 1850 a. C. Ele foi um dos dez patriarcas, nome dado aos primeiros chefes de família no Antigo Testamento. Abraão, que significa pai de uma multidão, é um ponto de referência no cenário bíblico. É o protótipo de homem fiel, leal e obediente à inspiração divina, mesmo quando isso lhe custa muito. Característica de Abraão é ser aceito e reverenciado tanto pelos Judeus como pelos Cristãos e pelos Muçulmanos.Como não é proibido sonhar, quem sabe esse ponto de convergência ainda vai ser lembrado e usado na busca de pazno Oriente Médio, onde parece haver só divergência.
Abraão era casado com Sara, também judia, que se revelou estéril. Não ter filho, na cultura da época, era constrangedor, sinal de frustração, de maldição. A própria Sara sugeriu a Abraão que ele se unisse a Agar, uma de suas escravas, egípcia, para que tivesse filho.
De Agar, a mulher escrava, nasceu Ismael, do qualse originaram os Ismaelitas, que são os Palestinos.
Tendo Sara recuperado a fecundidade, gerou Isaque, do qual nasceu Israel,segundo nome de Jacó. De Israel, neto de Abraão, se originaram os Israelitas, que são os Judeus.
Portanto, a descendência de Abraão se bifurcou: Ismaelitas, originados de Ismael, filho de Abraão e Agar, a escrava; Israelitas, descendentes de Israel, que descende de Abraão e Sara, a mulher livre.
Isso foi o germe de uma discriminação, de uma rivalidade que a poeira do tempo ainda não conseguiu apagar: os descendentes da mulher livree os descendentes da mulher escrava nunca se afinaram, apesar de terem um pai comum, Abraão.
No tempo de Jesus, a geografia daquele território era outra: ao norte, Samaria, dos Palestinos; ao sul, Judéia, dos Judeus. Sempre vizinhos, sempre rivais e antagônicos.
Jesus, que é judeu, fez tudo para as duas etnias se aproximarem, alargando a visão de mundo e de Deus.O Deus anunciado por Jesus não é um Deus tribal, fruto de um exacerbado nacionalismo. É Deus de todos, universal, à semelhança da chuva, que cai sobre todos, à semelhança do sol, que a todos ilumina. Deus sem fronteira. Quando Jesus, à beira de um poço, conversava com uma mulher samaritana, os judeus o flagraram e o censuraram pela sua atitude, sendo ele um judeu. Ela mesma manifestou estranheza pelo fato de Jesus ter-se dirigido a ela (Evangelho segundo João, cap. 4º ).
Quando quis ensinar que o amor não tem limites nem restrições, Jesus contou uma história (parábola) em que um judeu viajante caiu nas mãos de ladrões que o saquearam, deixando-o quase morto à beira da estrada que liga Jerusalém a Jericó. Vários judeus, ligados à hierarquia religiosa, por ali passaram e seguiram em frente, sem dar atenção ao ferido. Mas houve alguém que parou e lhe deu todo o socorro de que precisava. E quem deu socorro ao judeu foi um palestino, um samaritano (Evangelho segundo Lucas, 10, 29-37).
Essa visão de Jesus, eclética e globalizante, foi mal recebida pelos Judeus, caiu como remendo novo em roupa velha, tornando-se o epicentro das razões que levaram à sua condenação.
Vê-se, pois, que a rixa entre Judeus e Palestinos é uma rixa antiga. Parece serem irmãos siameses, unidos pelas entranhas da história e de um pai comum. Não podem viver separados; não aceitam viver juntos.
O mundo todo anseia que Ismaelitas e Israelitas se abracem, que os filhos de Sara e os filhos de Agar se entendam. Pai Abraão vai sorrir. Também o mestre Jesus. Amém.
Muito interessante mostrar o princípio de um estado de desentendimento que muitos ignoram como tudo começou. Já havia estudado este tema em uma especialização realizada há alguns anos, através da disciplina Cultura do Mundo Hispânico. Mas a forma apresentada nesta produção é clara e a sua compreensão está perfeitamente ao alcance de todos. É muito bom ler o que realmente faz sentido.
Muito esclarecedor. Sempre quiz saber como começou essa rixa que tanto sofrimento traz às duas partes. O texto é muito simples, da para todos entenderem.
O texto esclarece algumas questões,mas não aborda com exatidão alguns aspectos e levanta outras dúvidas. Em 2ªReis17:22-33 revela um fato ainda mais contundente na história desses povos, inclusive revela a discriminação que os judeus nutrem pelos samaritanos, o Rei da Assíria na época chamado Salmaneser levou povos estrangeiros para habitar em Samaria e estes povos adoravam outros Deuses, este Rei tinha por finalidade macular a identidade étnica e religiosa do povo judeu e por isso os judeus evitavam todo e qualquer relacionamento com os Samaritanos por considerá-los impuros e pagãos.
Tradutor Público Juramentado. Idioma: Latim. Teólogo, bacharel em Letras, professor de Filosofia da Faculdade de Direito de Ipatinga-MG. Mestre em Direito Público pela UGF-RJ.
Muito interessante mostrar o princípio de um estado de desentendimento que muitos ignoram como tudo começou. Já havia estudado este tema em uma especialização realizada há alguns anos, através da disciplina Cultura do Mundo Hispânico. Mas a forma apresentada nesta produção é clara e a sua compreensão está perfeitamente ao alcance de todos. É muito bom ler o que realmente faz sentido.
ResponderExcluirCompleto o cometário Professor,realmente se estende até os dias de hoje infelismente a discriminação.Faz muito sentido.
ResponderExcluirMuito esclarecedor. Sempre quiz saber como começou essa rixa que tanto sofrimento traz às duas partes. O texto é muito simples, da para todos entenderem.
ResponderExcluirGrata pela clareza de explicaçao.
ResponderExcluirE qual e a doutrina dos palestinos?
ResponderExcluirÉ o velho testamento?
Penso que a religião é o Islamismo. Logo o Livro deles é o Alcorão.
ExcluirO texto esclarece algumas questões,mas não aborda com exatidão alguns aspectos e levanta outras dúvidas. Em 2ªReis17:22-33 revela um fato ainda mais contundente na história desses povos, inclusive revela a discriminação que os judeus nutrem pelos samaritanos, o Rei da Assíria na época chamado Salmaneser levou povos estrangeiros para habitar em Samaria e estes povos adoravam outros Deuses, este Rei tinha por finalidade macular a identidade étnica e religiosa do povo judeu e por isso os judeus evitavam todo e qualquer relacionamento com os Samaritanos por considerá-los impuros e pagãos.
ResponderExcluirMuito esclarecedor, amei, Deus continue abençoando.
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