HOMOSSEXUAL, POR QUE NÃO?




OSCAR 2009

Entre os filmes agora premiados pela academia de cinema, destaca-se Milk - a Voz da Igualdade, que acaba de conquistar o Oscar de o melhor ator e de roteiro original, nele estrelando Sean Penn. O filme conta a real história de Harvey Bernard Milk (1930-1978), o primeiro político assumidamente homossexual na história dos Estados Unidos. Em 1977, depois de anteriores tentativas, foi eleito para ocupar um cargo público em São Francisco, na Califórnia. Ficou no cargo apenas 11 meses, pois, em 1978, como aconteceu, na história, com muitos outros protagonistas de mudanças sociais, Milk foi assassinado por grupos conservadores que se opunham à sua presença na política e aos seus ideais. Apesar do curto espaço de tempo, tornou-se um ícone, um mártir na luta pela igualdade de direitos dos homossexuais. Foi esse o recente grito de Sean Penn ao receber o prêmio, longa e vibrantemente aplaudido pela multidão presente. No Brasil, recentemente, o dublador oficial de Sean Penn recusou-se, por motivos religiosos, a fazer a dublagem de Milk, por se tratar de um homossexual.

HOMOSSEXUAL

Por que discriminá-lo? Por que excluí-lo, como se homossexualidade fosse uma deformidade, uma perversão sexual, um crime, um pecado? Os homossexuais são ainda a classe social mais discriminada. Foram perseguidos pelo nazismo; descartados pelo fundamentalismo e puritanismo religioso; continuam socialmente rejeitados. Discriminação bruta, cruel, mesmo quando disfarçada. Paradoxalmente, as religiões são a mais intensa fonte de discriminação dos homossexuais. Das religiões o preconceito migrou para toda a sociedade. Essa visão torta é mais um lixo a ser banido de nossas criações culturais.



QUE DISSERAM OS GREGOS?

Pelo artifício literário de sua mitologia, os gregos legaram-nos o ensinamento de que a homossexualidade é algo ligado à natureza, não à moral. Cada ser humano tem em si dois lados, dois aspectos: masculino + feminino; ou masculino + masculino; ou feminino + feminino. Tendo os humanos desobedecido aos deuses, Zeus, a divindade máxima, se irou, pegou uma espada e dividiu cada um ao meio, separando as duas metades. Resultado: ficou masculino sentindo carência de feminino e vice-versa; masculino sentindo carência de masculino; feminino sentindo carência de feminino. Isso é da natureza; pode casualmente acontecer. Tão natural que até Zeus, o deus máximo da mitologia grega, Júpiter para os romanos, tinha o seu parceiro homossexual, Ganimedes, ao qual amou e levou para viver com ele no monte Olimpo, trono da alta corte dos deuses. As mulheres homossexuais daquela época existiam numerosas em Lesbos, uma das ilhas gregas, donde lhes veio a denominação de lésbicas.


FATO DA NATUREZA

O homossexual é um fato da natureza; portanto, independente da vontade humana; um fato biológico, genético, congênito. Aqui, não existe opção. Ninguém escolhe ser homossexual. A pessoa é homossexual, ou não.

Consequentemente, nenhum fundamento existe para discriminação, a não ser os deletérios e falsos fundamentos culturais. Tudo fluía naturalmente, ao ritmo da mãe natureza, antes de aparecerem as mentes poluídas, envenenadas, que listaram a homossexualidade no rol dos crimes, dos pecados. Por analogia, cabe aqui o alerta dado por Jesus: No princípio, não foi assim; isso aconteceu pela dureza de vossos corações (Mt. 19, 9). Na dureza do coração humano é que nascem culturas cruéis, intolerantes. Nenhuma lei erradicará a discriminação, nem esta contra os homossexuais nem quaisquer outras; a discriminação só desaparecerá quando cada pessoa a extirpar da sua mente, do seu coração.





Harvey Milk 30th from TwinkleToes on Vimeo.

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